20.8.05

Eu :)


Canela

A canela é uma árvore originária do Ceilão, da Birmânia e da Índia e conhecida há mais de 2500 anos a.C. pelos chineses. Seu nome científico, "cinnamomum", segundo referências, é derivado da palavra indonésia "kayu manis", que significa "madeira doce". Mais tarde, recebeu o nome hebreu "quinnamon", que evoluiu para o grego "kinnamon".
A canela era a especiaria mais procurada na Europa e seu comércio era muito lucrativo. O monopólio do comércio da canela esteve nas mãos dos portugueses no século XVI, passou para os holandeses, com a Companhia das Índias Orientais, quando esses expulsaram em 1656 os portugueses do Ceilão, e depois, passou para as mãos dos ingleses, a partir de 1796, quando esses ocuparam essa ilha.
As canelas são algumas das espécies mais antigas conhecidas pela humanidade. A mais difundida é a Cinnamomum zeylanicum, originária do Ceilão, atual Sri Lanka. Outras, entretanto, como a Cássia (Cinnamomum cassia), chamada de falsa-canela e conhecida como canela-da-China, também têm importância econômica. Esta espécie é uma Laurácea arbórea muito cultivada nas províncias do sudoeste da China. As partes mais úteis das canelas são o córtex dessecado e o óleo. O óleo é obtido das folhas por destilação, por arraste a vapor. Seu principal constituinte é o aldeído cinâmico, cujo teor pode ser superior a 80%.
Considerada símbolo da sabedoria, a canela foi usada na Antigüidade pelos gregos, romanos e hebreus para aromatizar o vinho e com fins religiosos na Índia e na China. Entre as muitas histórias da canela, conta-se que o imperador Nero depois de matar com um pontapé sua esposa Popea, tomado de remorsos ordenou a construção de uma enorme pira para cremá-la. Nessa pira foi queimada uma quantidade de canela suficiente para o consumo, durante 1 ano, de toda a cidade de Roma! Mesmo sem a importância que teve no passado e não sendo mais motivo de lutas entre os povos, a canela continua indispensável, como tempero na culinária moderna.

E por vezes...

E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.

Canela

25.4.05

25 de Abril para sempre!!

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"Venham mais cinco
Duma assentada
Que eu pago já
Do branco ou tinto
Se o velho estica
Eu fico por cá

Se tem má pinta
Dá-lhe um apito
E põe-no a andar
De espada à cinta
Já crê que é rei
Dàquém e Dàlém Mar

Não me obriguem
A vir para a rua
Gritar
Que é já tempo
D'embalar a trouxa
E zarpar

A gente ajuda
Havemos de ser mais
Eu bem sei
Mas há quem queira
Deitar abaixo
O que eu levantei

A bucha é dura
Mais dura é a razão
Que a sustem
Só nesta rusga
Não há lugar
Pr'ós filhos da mãe

Não me obriguem
A vir para a rua
Gritar
Que é já tempo
D'embalar a trouxa
E zarpar

Bem me diziam
Bem me avisavam
Como era a lei
Na minha terra
Quem trepa
No coqueiro
É o rei"


(Zeca Afonso)


VIVA À LIBERDADE!!

16.4.05

Fragrâncias...

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Especiaria


Substância aromática vegetal, utilizada para temperar iguarias. A maior parte das especiarias é de origem oriental. Estes produtos ingressaram na Europa por intermédio dos bizantinos, que desde o século IX viram-se dificultados nesse comércio pelos muçulmanos. As cruzadas fazem com que o interesse pelas especiarias aumente, passando o mercado a pertencer aos venezianos, até o fim da idade média. As grandes navegações são uma das consequências do interesse pelas especiarias , pois visavam a sua busca fora do território veneziano. Novos produtos como a baunilha e a noz-moscada são introduzidas no comércio, com seu preço se mantendo alto até o século XVIII, notadamente as que tinha poderes considerados medicinais. As modificações alimentares e a cultura em larga escala de algumas especiarias, como a pimenta, nas Ilhas Mauritius e Bourbon e em Caiena e o gengibre, no Brasil, fizeram com que os preços baixassem, juntamente com a perda de sua importância comercial.


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Pimenta


Era uma das especiarias mais apreciada. Os gregos e os romanos antigos usavam na comida. Quando os godos atacaram Roma, em 408 d.C., exigiram um tributo, pago, em parte com pimenta, chegou a ser usada como moeda. A maioria dos grandes navegadores dos séculos XV e XVI buscavam especiarias, principalmente a pimenta. Em 1497, por exemplo, o explorador português Vasco da Gama comandou uma expedição para encontrar uma rota marítima para a Ásia. Ele foi o primeiro que contornou o extremo Sul da África em direção a Índia.


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Açúcar


No século IV a.C. o imperador persa Dario descobriu na Índia a cana-de-açúcar, do Oriente Médio para a Europa. Mas o açúcar era um luxo na Europa, até Cristóvão Colombo plantar cana nas Antilhas, em 1493. Lá, em pouco tempo, a açúcar virou o eixo da economia. Escravos foram levados da África para trabalhar nas grandes lavouras de cana. Seus proprietários enriqueceram, mas os escravos viviam em condições terríveis. Com o fim de escravidão, as lavouras se mecanizaram. No final do século XVIII, passou-se a extrair açúcar também da beterraba, que crescia bem nos climas mais frios no Norte da Europa e na América do Norte.


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Chá


Uma lenda antiga conte que, em 2737 a.C., o imperador chinês Shen-Nung fervia água quando algumas folhas de chá caíram na panela, produzindo primeiro uma bebida refrescante. O chá crescia na China, Tibete e Índia. Monges budistas levaram-no para o Japão, onde ele protagonizou uma elaborada cerimônia social. Os holandeses levaram o chá para a Europa em 1610. Navios da Companhia Britânica das Índias ocidentais logo estabeleceram comércio regular do chá para a Europa.


(Canela)

28.3.05

As mãos


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Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.

Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.

E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.

De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.

(Manuel Alegre, O Canto e as Armas, 1967)

Por favor! Está na hora de darmos as mãos!

(Canela)

27.3.05

"Saudade!"

"Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói a cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quems e ama.
Sudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir ao dentyista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta de dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estra sempre ocupada; se ele tem assistido às aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial; se ela aprendeu a estacionar entre dois carros; se ele continua preferindo Malzebier; se ela continua preferindo suco; se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados; se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor; se ele continua cantando tão bem; se ela continua detestando MC Donald's; se ele continua amando; se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos; não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento; não saber como frear as lágrimas diante de uma música; não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer; Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler."

(Miguel Falabella)

Noz-moscada

2.3.05

1 Aninho!!!

Parece que foi ontem, mas faz um ano que duas meninas se aventuraram pela blogosfera! As primeiras dificulades em fazer deste cantinho um lugar aconchegante não as desanimaram e um ano depois a nossa casinha é, frequentemente, visitada.

Agora...todos juntos...1....2...3....

Parabéns a você, nesta data querida...

13.2.05

Encontro...

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(foto de Rafael Almeida)

"Leu a linguagem das estrelas, das cores e do mar. E agora o filho dele estava mesmo à sua frente e falava. Entendiam-se com as palavras, com as pausas do diálogo e com o silêncio."

(Luís Cardoso, Crónica de Uma Travessia)