4.6.04

Estrela de Quatro de Pontas...

Voltaste radiante como a manhã, de sorriso matreiro nos lábios...olhaste por entre a frincha da porta e sorrateira entraste como um gato, que se espreguiça languidamente deitado no soalho, recebendo os primeiros raios de sol do dia...Vieste dentro do teu vestido de alças e de folhos que esvoaçavam ao sabor do vento, espalhando um cheiro a maresia por onde passavas...”Quem é ela?” – perguntavam os rostos que se voltavam à tua passagem. Eu sorria, caminhando atrás de ti...Eu sabia quem tu eras. Eles não! Caminhavas em direcção ao mar, qual marinheiro atraído pelo canto da sua sereia...já não faltava muito para seres a quarta ponta de uma estrela perdida entre seixos e marés. A Estrela de Quatro Pontas que ainda jaz deitada sobre a areia, à espera que a vás buscar e a guardes dentro do bolso do teu vestido...Sê benvinda de volta ao meu coração...
Canela